O Ministério Público Federal de Brasília informou nesta terça feira (31/05) que o presidente do banco Bradesco, Luiz Carlos Trabuco foi indiciado na mesma operação zelotes onde se investiga vários acusados ligados aos crimes de corrupção ativa e passiva, além de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa em razão de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e suposto pagamento de propina para edição de medidas provisórias.
A PF suspeita que Trabuco tenha participado da contratação de escritórios de consultoria para pagar conselheiros do Carf em troca de decisões favoráveis.
O indiciamento no inquérito policial é uma etapa administrativa anterior à denúncia, e não tem consequências concretas para os envolvidos. E ainda não houve pronunciamento da PR-DF sobre as informações. É que o inquérito principal da operação zelotes foi dividido em inquéritos menores e a PF faz relatórios a respeito de cada um deles.
De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a PF tem informações de que um grupo que atuava pagando propina a conselheiros do Carf procurou o banco para oferecer seus serviços em troca da anulação de uma autuação fiscal de R$ 3 bilhões.
Segundo relatório da PF, ainda segundo o Estadão, Trabuco e dois executivos do Bradesco participaram de reuniões com integrantes dessa “organização criminosa” para tratar da atuação perante o órgão.
Uma fonte a par do assunto disse à Reuters, sob condição de anonimato, que o vice-presidente do Bradesco Domingos Figueiredo Abreu e o diretor financeiro do banco, Luiz Carlos Angelotti, também teriam sido indiciados pela PF.
Em comunicado, o Bradesco informou que o banco não contratou os serviços oferecido por um grupo investigado na operação Zelotes e que Trabuco não participou de qualquer reunião com o grupo citado pelos investigadores.
O banco disse também que foi derrotado em julgamento no Carf por seis votos a zero e que apresentará seus argumentos juridicamente por meio de seus advogados.
Caberá agora aos procuradores do Ministério Público Federal do DF analisarem o relatório da PF para decidir se oferecem a denúncia contra Trabuco e os demais indiciados à Justiça.
Trabuco é o segundo presidente de uma importante instituição financeira do país a ter o nome citado em um escândalo de corrupção no último ano.
Em novembro do ano passado, André Esteves, fundador e então presidente do BTG Pactual, maior banco de investimento independente da América Latina, foi preso no âmbito da operação Lava Jato, mas foi posteriormente solto.
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